Causa-me particular estranheza que, diante da evidente falha de comunicação havida em relação aos fóruns setoriais de cultura, a Fundação Cultural de Joinville venha tentar se isentar de sua responsabilidade sob a justificativa de que a comunicação dos referidos fóruns caberia aos representantes da sociedade civil no Conselho Municipal de Cultura.

Igualmente me soa no mínimo estranha a afirmação do suplente do segmento de Comunicação no CMC, Gleber Pieniz, de que “nem CMPC-Jlle, nem FCJ são órgãos de divulgação”, cabendo a suposta culpa à mídia local por não repercutir de forma adequada a informação.

A divulgação de um evento convocado por uma instância pública caberia a órgãos de comunicação privados?

Registre-se que, segundo o regimento interno do Conselho Municipal de Cultura, em seu artigo 7º, a Secretaria do CMC “será composta por um integrante designado pelo Diretor Presidente da Fundação Cultural de Joinville”, o qual “ será um servidor público efetivo ou de comissão, lotado na Fundação Cultural de Joinville”. O mesmo regimento determina que, entre as atribuições do secretário, cumpre ao mesmo “dar publicidade ao cronograma de atividades do CMC-Jlle”.

Bastante conveniente ao poder público limitar a função de seu mailing à divulgação de eventos como os ciclos de cinema, a programação teatral local ou o mercado das pulgas e, dessa forma, restringir o acesso à informação no que diz respeito a um processo de debate que culminará no estabelecimento de metas para a política pública na área da cultura nos próximos dez anos.